Meu velho, barbas brancas,
olhar sereno, a me contar
estórias tão bonitas
do seu longo caminhar.
A vida no passado
tão difícil de enfrentar,
na luta tão sofrida
do imigrante a chegar.
Braços fortes, desbravadores
fez da terra seu árduo pão;
em sua voz desembaraçada
partilhou seu coração.
Se doou à natureza
e plantou na imensidão,
o amor, a paz e a esperança,
regado sempre em seu chão.
Meu velho, cabelos brancos,
olhar alegre, a me falar
das muitas travessuras
do menino matreiro a relutar.
Crescendo com o tempo
a História consagrou
a vitória de toda uma existência
que a morte levou.
e assim o teu silêncio
calou no coração;
da história bem vivida
partilhada sempre no pão.